Teologia da Cidade

 

Quando o Senhor me despertou para pesquisar na Bíblia a importância que Ele dá à Cidade, escrevi o que fui vendo nela, e de repente me veio averiguar se existia já a temática como teologia. Para minha surpresa, encontrei somente um livro de um padre católico com o nome no meu título aqui, e nada no meio evangélico. Por outro lado, depois, comecei a ler o que os teólogos calvinistas desestimavam os ensinos de Watchman Nee acerca da Igreja Local, atribuindo a causas meramente humanistas e existenciais, com tal de desprestigiar a restauração de Deus. Leia este parágrafo deles:

“O ‘Pequeno Rebanho’ [de Nee] começou no meio do esforço da China por uma independência total. Foi um tempo quando o sentimento anti-estrangeiro e anti-cristão corriam alto. O povo chinês tinha ligado estreitamente o Cristianismo com o imperialismo Ocidental”. “Nee estava ciente das formas nas quais o movimento missionário cristão estava compromissado por seu embaraço com o imperialismo Ocidental e com as controvérsias denominacionais. Ele também tinha plena ciência da inabilidade da igreja em geral para satisfazer a necessidade espiritual do povo. Contra tal pano de fundo, Nee desenvolveu um movimento totalmente independente do movimento cristão chinês retornando para um modelo mais simples, o modelo do Cristianismo do Novo Testamento. Portanto, o movimento era a combinação dos antigos princípios bíblicos e o novo e ardente nacionalismo”.

A capacidade de idolatria de Calvino e Armínio (que estes irmãos aparentemente não buscaram ter) dos atuais defensores dessas correntes é tão grande, que se apetrecham de argumentos para nunca mais deixar Deus renovar sua Igreja e restaurar suas Verdades; para eles, Deus agiu na chamada Reforma Protestante, e nunca mais. Foi nos livros de Nee (experimentados por milhões de santos sedentos do Reavivamento do Espírito e a Palavra, nos EUA, e na Argentina, e desde essa plataforma, no mundo todo) que eu nadei no Rio de Deus, e decidi me aprofundar escrituralmente, e para minha surpresa, essa Teologia inicia em Gênesis e só termina no Apocalipse; é rica e ampla.

Em Filosofia Política, “a cidade” é o núcleo base de governo de um país. Toda a Bíblia faz questão de atribuir às pessoas seu lugar de nascença, e não muito seu país ou região. Jesus mesmo, e sua mãe Maria, são chamados “de Nazaré”. Esta era a cidade de Maria, e Jesus se identificava mais com ela que com José, seu pai humano.

Meus pais nasceram em São Borja, RGS, e nunca deixaram de amar sua cidade-berço, e estar ali muitas vezes. Se isto não fosse completamente bíblico e culturalmente judaico, Jesus não teria falado nada respeito a Governo Civil nos limites da cidade como falou muitíssimas vezes. O mandamento por Paulo a obedecer à toda autoridade de Deus pelos Governos em Romanos 13, se refere à cidade de Roma, no caso. E para uma circunscrição territorial de Governo da cidade, só valeria a sua equivalência de igrejas locais, com o nome da mesma.

Em outras palavras, e sobre uma base completamente única, que é a Bíblia, ainda que não seja favorável ao arminianismo e ao calvinismo, por seus interesses particulares, não existe Igreja Universal, Mundial ou Católica para sua prática, vivencia e experiência pessoal, senão apenas como alcance ou abrangência. De fato, as duas únicas dimensões da Igreja são a universal e a local. Deus é tão sábio que a criou universal para alcançar a todos, e a fez local para manter sua unidade accessivel a todo salvo, e para aqui corresponde 1 João 4. 20 parafraseado: Se o salvo não pode andar em harmonia com àqueles aos que vê e com os quais convive, sua unidade com o Deus universal é mera teoria.

As pessoas e as famílias experimentam a unidade local e o seu Grupo de Pertencimento é a cidade tal, enquanto que os sobrenomes podem encontrar-se em muitas outras localidades. Assim, não importa quantos presbiterianos encontremos no mundo; o mais importante é saber quem são parte de sua família, nascidos no mesmo berço. Porém, o transcendente mesmo, e que glorifica a Deus de verdade, é a localidade da Igreja. Se voltarmos a este princípio teológico, nos sentiríamos completamente agradados do Pai e nos agradando dele, ao vivermos em unidade os salvos, na cidade onde moramos.

Na mesma linha, Israel é um conjunto de cidades, não apenas uma. Assim o Brasil não é somente São Borja, por tanto, Deus estabeleceu na Bíblia a NACIONALIDADE, derivado de “NASCER”, e consequentemente, a SOBERANIA NACIONAL, e a respeita. Hoje já não mais existe apenas um povo, o israelita, escolhido de Deus. Também existe “todas as famílias da terra” (Gn. 12. 1-3), E “todas as nações do mundo" às quais respeitar sua soberania, porque em cada uma delas há gente que tem suas raízes numa de suas localidades, e ali também haveria uma Igreja Local.

Que nossa preocupação como nascidos do Pai seja zelar pela unidade local da Igreja e a nacionalidade e soberania nacional dos outros também. Pessoa que afronta outra nação, como virou moda injuriar diversas nações como “Venezuela”, é pessoa anti-Deus, porque Deus só pode ser adorado na Venezuela, pelos que são dali, e tal injuria zomba de Deus que desenhou Sua Igreja assim.

Irmão Tito Berry      

 

 

 

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