A graça de termos a Deus acessível pessoalmente

Não presumo ser como o profeta Elias, e segundo a minha autoestima, sou muito menor que ele, mas, segundo Jesus em Lucas 7. 28, sou maior, assim como você cristão de hoje pode ser. Tem pessoas que, por ter ascendência judaica, ou pelo vivido e sofrido na vida, ou pela sua inclinação natural ao rigor, o castigo, o controle, ou por um DNA moralista, não veem esta parte do desenrolar do Plano Eterno de Deus fazendo-nos maiores que os profetas do Tanaj. E ficam aquém da singular bênção da Graça Divina por nos fazer a Deus, pessoalmente acessível.

Se isto de que Deus, além de ser eterno, infinito, é também etéreo e inacessível pelo humano pecador, estivesse só no Novo Testamento da Bíblia Judaico-cristã, muitos judeus estariam medianamente justificados em não receber a Jesus como verdadeiro Messias, mas, quando lemos o texto da imagem, frase dita pelo sábio Jó de existência anterior ao Judaísmo, não temos como endurecer o coração para Deus:

Jesus, no Sermão da Montanha utilizou uma forma gramatical indutiva quando cinco vezes falou: “Vocês ouviram que foi dito...”. Os eruditos judeus sabiam que Jesus estava se valendo da gematria judaica ao fazer essa declaração cinco vezes, que na ciência deles significava “responsabilidade”, como os dedos da mão. Seus discípulos e a multidão nunca mais podiam ficar na informação do passado de geração a geração pelo sistema de transferência de conhecimento verbal, apenas, e consequentemente escrito, porque isso seria uma coisa morta, inanimada, se não houvesse olhos espirituais para ver e contemplar o que veem. 

Em outras ocasiões Jesus afirmou que só falava o que tinha ouvido do Pai. No Tanaj se recomenda que os pais passem informação aos filhos, mas estes canais são humanos, enquanto que o único e suficiente comunicador da verdade para Jesus era o Pai. Na melhor das hipóteses, a tradição judaica, católica ou protestante, definida como passar de humano a humano as informações, ainda seria suspeitável, por isso Jesus diz “mas eu vos digo...”. Os judeus, no Tanaj, não carecem de provas acerca do Messias; só o rejeitam, por serem infiéis a Abraão, Pai da fé. Nos Salmos o salmista já tinha demonstrado que aconteceria a Encarnação (entre várias menções), nesta: “Disse o Senhor a meu Senhor”. Aqui bem lá longe, no passado, já houve UM DIZER até divino que, no entanto, precisava a confirmação de quem o ouviu “vendo”; no caso, Jesus. O Cristianismo de Jesus é infinitamente superior ao Judaísmo e ao Catolicismo, posto que o DIZER de Deus nele não passou por muitos ouvidos, senão diretamente da boca de Deus para os ouvidos de Jesus.

O apóstolo João em sua primeira carta, capítulo 1 de 1 a 3, amplia ainda mais esta questão do OUVIR e o VER que Jó proferiu: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”.

João, e todos os discípulos de Jesus, e também Jó, primeiro OUVIRAM de muitas bocas [Tradição]; e só depois VIRAM espiritualmente. Os discípulos ouviram como Jó, mas quando o seu espírito foi despertado para o fato de que o falado estava ali com eles, o tocaram, apalparam e se tomaram tempo para contempla-lo, e na certeza absoluta de que o Verbo que saiu da boca de Deus estava ali feito homem, começaram a comunicar a outros não apenas O OUVIDO, senão também O VISTO.

O que hoje temos para crer, foi completa e perfeitamente comprovado pelos que VIRAM no Novo Testamento, mas também por Jó do Tanaj, e Davi no 110. 1 dos Salmos.

Se os judeus tivessem a aptidão de nos provar que Deus pode ser feito pessoalmente acessível como Jesus nos concedeu, porém suficientemente pela lei, não precisaríamos do Messias, mas eles sozinhos provaram não poder acessar a Deus pelo cumprimento incompleto da Lei, fazendo-nos maiores que eles e até mais que os grandes profetas como Elias. Se você fica na tradição oral e escrita, incluído o Tanaj, ou Bíblia, será um miserável, mas se além do ouvido vê espiritualmente, poderá ser “UM” com o Filho e com o Pai, Deus Espírito Santo.

Tito Berry    

 

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